segunda-feira, 10 de setembro de 2012

‘paris’ é diferente de Paris e, também tem grafite!





Talvez menos glamorosa, iluminada e mais conservadora, mas seja como for, também sou de lá. Aparecida do Taboado interior do MS (terra dos 60 dias apaixonados) ganhou por mim, irônica e carinhosamente, o apelido de ‘paris’; amigos e conhecidos que, de algum modo compartilham ou compartilharam da minha intimidade já me ouviram dizer; meus amigos de lá também a chamam assim e, ajudam a propagar esse apelidinho.
Claro que as diferenças (creio eu) entre paris e Paris são gigantescas (para não ser catastrófico demais e dizer infinitas); mas, agora tais diferenças são insignificantes. Situada na divisa com dois outros estados, cheia de rios e mato, caminha como qualquer cidade interiorana que se choca com tudo e, qualquer coisa minimamente fora do seu comum, atrai o olhar da cidade toda!  Às vezes me questiono sobre a realidade artística do meu estado, e, percebo como as artes se restringem à capital, Campo Grande. Alguém por favor, me responda o por quê?! O interior do estado também tem gente; gente carente de arte, pessoas que como qualquer outro ser humano, pensam! Mas algo aconteceu em paris... Ela foi invadida por grafiteiros!
Ano passado, três artistas (dois de São Paulo e uma de Campo Grande) trouxeram o que até então era incomum: o grafite. Vieram, a convite do secretário de cultura da cidade Moyses Chama e o artista radicado em paris Betuel Chiosine, para verem os trabalhos do artista e, deixaram uma singular marca para cidade.
Dois muros foram trabalhados em conjunto pelos três artistas: Gejo (SP), Izabel Kook (SP) e Marilena Grolli (MS), cada um com sua própria poética e estética formando uma composição muito interessante em ambos os muros. Um é a fachada da casa de Moyses, o outro fica em frente à prefeitura da cidade (será que os governantes se sensibilizaram e entenderam?).
Achei uma atitude de pura beleza dos artistas, saírem dos seus centros e compartilharem com a população local um ‘pouco muito’ de arte -ela precisa-. Em mim, gerou certo sentimento de gratificação por eles; as pessoas da cidade ficaram instigadas e  curiosas, gerando uma boa polêmica, principalmente, por causa da santa, já que paris leva também o nome de sua padroeira  Nossa Senhora Aparecida, enfim, muitos assuntos foram gerados em paris, por conta do grafite.

Tive a oportunidade de conversar com Marilena sobre essa experiência de estar em paris  (além do grafite, pintou uma tela da igreja matriz da cidade). Ela gostou muito do trabalho que realizaram, da cidade, das pessoas; e disse: “a galera ia passando, enquanto pintávamos o muro ficava de olho, parava, conversava”, resumindo ela falou: “curti muito”.
Aos artistas dos centros maiores, fica uma dica e um convite. Invadam os interiores é sempre muito gratificante e, paris já está pronta pra receber muito mais arte! 

Consegui algumas fotos e uma reportagem de jornal, confiram:












José Henrique Yura
NAJON

 

2 comentários:

  1. Aos grafiteiros e artistas interessados disponibilizo hospedagem e uma comidinha caseira que só em paris você encontra.
    Parabéns NAJON pelo excelente trabalho que vem desenvolvendo.
    Dica: Que tal a NAJON criar uma propaganda no YOUTUBE para a gente baixar e utilizar nos eventos culturais divulgando o blog?

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    1. Sua contribuição é muito bem vinda Moysés! Nós também temos um canal no youtube: http://www.youtube.com/user/NajonLux?feature=mhee. É muito bom saber que temos colaboradores em todos os cantos! Abçs!

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