domingo, 27 de fevereiro de 2011

Ato Poético 3 dia!

Mais uma vez houve o Ato poético A um PAÇO da abertura! Por 1% garantindo em lei! E a abertura do Teatro do Paço em frente a prefeitura( fechado há 20 anos, e promessa de reabertura há dois anos).
Os artistas fizeram uma pequena passeata ao redor do teatro e finalizaram com a apresentação do grupo Desnudos Del Nombre!










quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Lançamento do livro "E se a vida te desse um limão?"

Na noite de quarta-feira, dia 23 de fevereiro, aconteceu na livraria Le Parole, o lançamento do livro "E se a vida te desse um limão?". A autora Maria Clara contou um pouco do livro em uma noite de descontração e autográfos!


"No livro eu falo sobre as adversidades da vida! Como que a gente pode trasnformar o azedo em doce.
Todos os dias as pessoas levam limões na testa! O que são os limões? Os problemas, as dificuldades e nós temos uma tendência a nos apavorar com as adversidades. Então nesse livro, é uma dica, como transformar tudo que está azedo na sua vida em uma saborosa limonada"

E como arte pede por arte a noite contou com a performance dos atores Isaac Zampieri e Pedro Mayer!



domingo, 20 de fevereiro de 2011

7 Perguntas para Priscilla!

O marco exibe, até o dia 27 de fevereiro de 2011, a obra “Nus”. Da artista plástica Priscilla Pessoa. Professora de História da Arte na UFMS, ela expos os segredos de várias pessoas pelas paredes do museu! Em seu ateliê ela concedeu uma pequena entrevista sobre sua obra.




Foram dois anos de pesquisa da obra, como foi isso?

Na verdade não foram dois anos de pesquisa, foram dois anos juntando material para fazer a obra. Por que ela não é uma pesquisa, na verdade ela é uma obra aberta. Em dois sentindos: primeiro por que eu tenho pouquíssimo controle sobre ela! Eu passei dois anos juntando segredos numa caixa lacrada. E ela é aberta também por que depois de exposta ainda deixa várias brancos no banheiro para que as pessoas escrevam. Então eu acho que funciono muito menos como pesquisadora e mais como coletora, né? A parte da minha criação, acho que foi a idéia do projeto. O desenvolvimento dele, fora a parte de montar, de como vai ser mas o conteúdo dele em si acaba dependendo do participante!

“A arte para ser vivida”, como aparece isso e de que forma aconteceu essa interação?

Para não fica uma coisa muita invasiva, por que o que eu pedi era uma proposta muito intima. Eu pedia para a pessoa contar uma coisa que ela não contaria pra ninguém, então eu nunca falei com ninguém diretamente sobre isso. Eu preparei um monte de cartõezinhos, onde eu escrevia o que, qual era a proposta, onde iria ser exposto, que era uma coisa séria e anexava o papel onde a pessoa poderia escrever e colocar em uma urna. Então eu tentei fazer da forma mais impessoal e profissional possível. E aí eu levei em vários lugares, eu não se você chegou a ver, nas palestras do Arte Agora, em festa, reunião de família, outras faculdades, onde eu pude levar eu levei. Só que muita pouco gente topa participar! Eu mesma não sei se toparia(risos), se alguém me pedisse! Então por isso que levou tanto tempo, para juntar. Deu menos de 200 segredos. Agora deu mais por causa do banheiro! Mas foi assim, eu tentei aparecer o menos possível!

Arte e sagrado. Confissão. O ato de se confessar algum segredo, na religião é para conseguir o perdão divino. Você faz alguma relação do ato de confissão com a obra?

O ato de confissão? A principio não! Eu acho assim, é um trabalho muito complexo e tem mais coisas que eu poderia explorar né? Por exemplo essa própria coisa da confissão, da culpa mas eu não fui tanto por esse viés. O que eu pense mais foi na idéia do Nu! Até por isso colocar a obra dentro do museu! Por exemplo tem um projeto semelhante a esse meu na internet que ele funciona como confissões. Ele chama “confessions”, não lembro bem, e um site você escreve anonimamente. E esses dias foi no noticia, eu vi no Jornal Nacional, um aplicativo para Iphone que você se confessava, quem criou foi um padre filiado ao Vaticano! Mas a proposta é menos essa, né? O que eu acho interessante é estar colocado no museu, como obra de arte e se chamando “Nus”. Então falando um pouco sobre o que é realmente estar nu hoje, o que mais é exposto. Qual a exposição maior: a da nudez ou de algum segredo? Então a gente tem a sensação de que vive em uma época que todo mundo pode saber, você publica as coisas, você vê a vida dos outros, você fala com alguém em qualquer lugar do mundo, mas eu acredito que a essência da gente, das coisas secretas, a gente mantém! Eu acredito que não tem nenhuma pessoa que não possua uma coisinha que não contaria para ninguém! Eu sinceramente preferia apanhar que qualquer coisa à dizer publicamente algum segredo grande meu! Talvez nem fosse grande coisa. Então eu acho que o que eu procurei focar mais mesmo que a questão da culpa, da confissão que também seria interessante é a nudez! E como ao mesmo tempo a gente pode olhar aqueles segredos... então eu acho que todo mundo se identifica com alguma coisa, de perto todo mundo tem algo para esconder!


Por que essa disposição da obra? Além da parede do museu, também está dentro do banheiro?

É por que esse projeto, eu pretendo que ele seja uma coisa continua, mas eu não quero mais sair juntando segredos! Eu precisava daqueles primeiros que eu montei pra montar a primeira parede. Toda vez que eu for expor eu vou ocupar, além da parede, o banheiro! Para que no banheiro as pessoas possam continuar escrevendo, para eu juntar mais segredo e fazer uma grande coleção! Pra quê, eu não sei! E o banheiro é o único lugar do museu que realmente você tem intimidade e assim para remeter a própria idéia do banheiro. Por mais que você more com quinhentas pessoas ou que você freqüente uma faculdade com milhares de alunos, tem um momento que você está dentro do banheiro, que é único, que ninguém está te vendo! Nem câmera de segurança você pode colocar no banheiro! Então tem isso também e é justamente no banheiro que se escrevem as maiores barbaridades então eu só estou pedindo para escrever na minha moldura!

Há vários tipo de segredos desde amores platônicos, sonhos à adultérios e obscenidades. Como você recebeu isso e a decisão de exibi-los?

Eu tinha me proposto a exibir todos! Eu acho que o museu é um espaço para adultos, tudo bem as crianças podem freqüentar, mas a principio ele é para adultos e outra coisa também é uma obra de arte. Seria muito estranho a própria artista fazer uma censura! E eu esperava mesmo que ia ser esse tipo coisa por que o segredo e ninguém vai ser uma receita de bolo! São justamente essas coisas então era bem o que eu esperava. O meu medo era justamente o contrário, que de repente fossem coisas tão amenas, que as pessoas não tivessem coragem de dizer e aí não faria sentido a obra!

Você é professora de faculdade. Isso tem alguma influência na obra, como isso aparece?

Olha, tem muita influência sim. Por quê eu dou aula de História da Arte(ufms)! E para você dar aula você acaba estudando muito mais do que ensinando. Então esse contato que eu tenho diário com a história da Arte, acaba me influenciando muito no sentindo de ser muito difícil para mim cria alguma coisa que não tenha algo de dialogo com essa tradição. Então a própria idéia do nu, de colocar isso em um museu e fazer uma comparação entre o nu, que é um tema milenar na história da Arte. Tem toda questão de entender melhor do que uma instalação, entender o que é uma obra aberta, tudo isso eu devo ao contato com o ensino. Isso por outro lado influência quando eu vou dar aula também! Por que quando você tem uma atividade ligada a Arte de certa forma você acaba se atualizando, você vai atrás de coisas que você pode levar para a sala de aula. Eu pretendo não produzir todo ano, como eu produzia antes, que não dá mais tempo, mas sempre produzir, visitar museus, visitar bienais que é uma forma de nunca ficar tão velha quanto as coisas que você ensina!(risos)

Você colocou alguma confissão? E alguém não colocou?

Eu coloquei! Coloquei duas minhas lá. E muita gente que eu pedia para participar devolvia! Eu pedi, inclusive, no próprio papelzinho para nem devolver para mim! Devolve ali para quem te deu ou onde estava. Deixava bem claro que não era obrigatório nem nada. E principalmente quando eu pedia para os alunos, para ninguém achar que era vinculado à nota. Eu sempre pedi como artista, esse é um trabalho que não tem nada a ver comigo, como professora. Mas eu acho natural que as pessoas não queiram participar, por que colocado ali todo mundo junto vira uma obra de Arte, mas é a intimidade de cada pessoa! É uma coisa assim que deve pesar, não deve ser fácil carregar. Normal!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

7 Perguntas para Essi!

Campo Grande exibiu sábado dia 05 de fevereiro o curta-metragem “Ela veio me ver”. A história de dois adolescentes em seu primeiro encontro. Filmado e produzido em Campo Grande, estreado na Mostra de Cinema de Tiradentes(janeiro 2011), selecionado para o Chicago Latino Film Festival e, esta semana, em turnê nacional no 3° Festival do Júri Popular! Fomos atrás do Essi Rafael, idealizador do curta, para um bate-papo rápido!





Por que o uso do cinema?

Eu acho que o cinema te transporta, é um lugar que eu me sinto bem. Desde criança, você entra no cinema e sente emoções que às vezes na vida, sua vida cotidiana, você não sente. Eu acho que o cinema é uma expressão muito forte, é a vida concentrada. O cineasta e toda a equipe trabalham para nessas duas horas condensar elementos muito importantes da vida. E eu acho que no cinema tem um sentimento forte! Eu não esqueço, de quando criança, você vai, você fica impressionado e quer voltar toda vez, tem uma envolvimento emocional muito grande que você não encontra na vida cotidiana.

Como foi o processo de produção do Curta “Ela veio me ver”?

Quando a gente passa pro lado de trás da produção é tudo mais trabalhoso, né? Não tem nenhum segredo. É relativamente simples, mas é trabalhoso você tem que correr atrás de uma série de coisas. Começando pelo, no caso, dinheiro se você quer trabalhar com uma equipe maior, com uma estrutura maior. Conseguir dinheiro não é fácil e quando você consegue às vezes é pouco, todo mundo ganha mal e tem toda a questão: que você lida com gente, com uma equipe grande. Você tem que aprender a lidar com as pessoas. E até como crescimento individual! To no começo de carreira, eu tenho muita coisa para aprender como todo mundo aqui. Tenho muito a aprender. Então é um processo bem complicado, cinema por ser uma arte coletiva assim que junta várias artes, que você trabalha com som, com imagem, com música, com atuação, teatro, é muita coisa. Então tem uma dificuldade muito grande de juntar tudo isso e fazer uma obra bacana que tenha algum sentimento disso tudo mas.. é isso aí se você gosta você tem que correr atrás. Foi difícil, dois anos de produção, mas é isso aí o tempo médio de produção, no Brasil, é por aí mesmo!

Com a exibição do cinemark, em Campo Grande como você vê a relação do cinema e exibição aqui. O que você acha de toda a situação do cinema agora aqui, especificamente, e no Brasil?

É complicado! A situação do cinema não está numa época legal. Aqui em Campo Grande, especificamente, o Cinecultura fechou, e já não era muito bem freqüentado. Também já diz muito da situação, mas a verdade grande parte do cinema brasileiro as pessoas desconhecem. O que é uma pena! Eu fiquei muito feliz com a exibição no Cinemark, por que teve um comparecimento grande, mas é um público bem especifico! Realmente é um público bem especifico, voltado e com interesse bem particular de cultura. Não é aberto pro grande público, vamos dizer assim. Isso ainda está bastante deficiente. O nosso nicho, assim, onde a gente pode por o filme, é esse local, mais especifico mesmo: festivais de cinema, freqüentados por pessoal da área. Eu não sei, acho que ainda tem que melhorar muito! Se você for ver o que tá em cartaz não tem muita opção nacional, e tem filmes muito bons brasileiros. Também não é fácil se você olhar ao redor do mundo, na verdade a questão é complexa em todo lugar! Se for nos Estados Unidos também é assim, se for na Europa. Então não adianta ficar penalizando-se, enquanto realizador você tem que tentar fazer uma obra que te satisfaça, que você tenha orgulho, e que você tente passar o que você pode passar, se você puder avançar em alguma coisa, ótimo! Mas a gente tem que jogar com o que você pode fazer. Se dá pra passar aqui no Cinemark, vamos passar, se dá pra passar nas escolas, vamos passar nas escolas. Faz o possível, mas não é exatamente uma situação boa!

Aqui em campo grande, tenho visto surgir bastante cineclubes, você pretende passar em cineclubes? E como fazer essa distribuição, não só desse, mas dos próximos curtas?

Os cineclubes. É uma alternativa super viável, acho que é uma das grandes opções que a gente tem de trabalhar. Com certeza, vamos passar em cineclube também e a gente tem o Fora do Eixo que é uma organização que está surgindo agora, que tem toda uma rede de cineclubes, que eu acho que está crescendo bem. DF5. É exatamente. E poxa é um caminho super viável que você bota o filme em circulação por vários cineclubes pelo Brasil. Enfim eu acho super bacana participar de cineclube.

O filme trata de um relação adolescente mas não é só para adolescente, qual seu olhar sobre o filme?

É sobre adolescente! É realmente, você está me confundindo. Eu quis fazer assim a gente tem uma certa ingenuidade na adolescência, mas essa ingenuidade traz uma certa dor também né? É um jogo que a gente está descobrindo certas coisas e também começa a descobrir a dor, a gente fica machucado. Com certos sentimentos. Parecem tão puros e ingênuos. Para mim, era muito importante retratar de uma forma, sei lá, que dê pra sentir uma alma ali, uma veracidade, essa situação do adolescente. Assim, você quando tem um sentimento, você gosta de alguém, você não sabe, exatamente, o que fazer com ele, o que transformar, o que fazer desses sentimentos. Por que você vê as referências de televisão, tudo parece que é super simples né? E tudo ao redor! E aí chega na hora, você não entende mas por que é tão difícil?! Eu não sei. Eu acho que seria um pouquinho de angustia junto com essa ingenuidade. A ingenuidade trazendo também um pouquinho de dor. Isso ae. Do ponto de vista da historia.

Por que filmar em campo grande?

Ah, por que Campo Grande é minha segunda cidade, eu sou de Aquidauana, mas Campo Grande sempre foi a cidade que ia fim de semana, sempre era. Eu acho assim filmar em casa tem um sabor especial. Você pode, acho que essa historia pode tranquilamente passar em qualquer cidade, assim, não vai alterar os rumos da estória. Fazer cinema em casa tem um gosto bastante especial dá um orgulho. Poxa! É onde você se sente mais confortável, né? São ruas que eu realmente passei na minha vida, são coisas, locais que eu conheço eu vivi. Para mim como realizador dá um gostinho a mais, mas faz diferença!

E algumas palavras pra quem está começando e pra quem gosta.

Primeira coisa que você tem que ter é perseverança. Não! O primeiro de tudo: você tem de gostar, né? Gostando muito você tem que ser muito paciente, viu? Às vezes não dá certo de cara. Até você entender mais ou menos como é que funciona o mundo de uma forma razoável, que você pode ter uma autonomia. O que fazer. Por que a primeira coisa é saber o que fazer. Não é tão fácil quanto parece! A gente diz “ah vou fazer filme”, mas não é exatamente bem assim, né? Então a agente vai se estruturando aos poucos, a recomendação maior é ter perseverança, ter senso crítico e procurar melhorar sempre. E você vai vendo os meios de exibição, que seja Youtube, o que for mais condizente com o seu estado atual e o que você pode fazer no momento. Se você tem uma camerazinha: filmar e botar na internet,faça isso! Se você tem uma condição de fazer uma coisa um pouquinho maior: faz um pouquinho maior. Mas é isso ai! Sempre com vontade, perseverança, acho que é a única coisa que dá pra falar!

Manifesto: A um PAÇO da abertura! Sexta dia 18/02

Segunda dia de manifestação em frente a prefeitura de Campo Grande!
Os artistas pedem o cumprimento das políticas públicas para a cultura e o pagamento de editais do ano passado, como o fomteatro e fmic!
O ato poético foi pacifico, com a apresentação do mágico Rick Thibau e participação de crianças e pessoas que passavam pelo local!
A manifestação continuará até dia 27 de março, todas as sextas feiras! Próxima sexta, dia 25, será 16:30. Com apresentação do grupo Desnudos Del Nombre!





segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

7 Perguntas para Maíra!

Em janeiro estive no MARCO e pude ver a exposição QUEIME O CASTELO de Maíra Espindola. São quadros surrealistas e cheios de subversão sobre contos e histórias que há muito tempo fazem parte do nosso imaginário. A exposição vai até dia 27 de fevereiro no MARCO, com exibição gratuita.
Agora estive com ela, e numa entrevista informal, Maíra falou um pouco da exposição e seu processo criativo!
Segue a entrevista em mp3 e em texto para uma maior acessibilidade!


ps. perdão pela voz e inexperiência do entrevistador...
O texto passou por uma correção gramatical!








Quando tempo pra compor e finalizar? Fale um pouco do processo de produção.

Bem, eu comecei a produzir, mas não sabia exatamente o que ia ser. Não tinha nome, não tinha uma cara, a primeira tela foi a Mandratana e a segunda, o Barba Azul. Percebi que estava estudando contos de fadas, que elas eram parte desse estudo e aí “entrei numas”. Comecei a pesquisar mais, a brincar mais, principalmente com conto de fadas, que me são interessantes até hoje. Foram uns três meses, basicamente, para produzir quase tudo, e algumas peças foram aparecendo depois. Então, do início até o fim da produção, levei uns cinco meses, e – pasme! – a peça mais difícil foi a última, foi a que demorou mais tempo: “O Príncipe Encantado”. Tendo eu 31 anos, solteira, discutindo o amor, fica bem claro o porquê (risos).

Quais técnicas você utiliza e por que as escolheu?

Na verdade, coloquei em quase todas as peças colagem e pintura digital, que foi o que eu comecei a produzir, era a base de tudo. Comecei a capturar imagens do Google, de flickers pessoais e a pilhar, mesmo, como pirata: pegar, costurar, cortar, colar, pintar, redesenhar. Cada obra deve ter em média 20 fotos, que ficaram irreconhecíveis, duvido que alguém reconheça de onde vieram. Chamei a isso reciclagem visual, porque a gente sabe que o universo da internet não é um universo físico exatamente. E cada vez mais a gente produz essas imagens, cada um de nós, mas ninguém as está reciclando. Tenho a impressão de que isso vai dar um bug, nessa dimensão louca onde essas imagens ficam, e tudo vai explodir se a gente não começar a reciclá-las, se só ficarmos fazendo, produzindo novas coisas.

Você é uma artista que passeia por várias áreas: canta, dança, representa, sapateia e pinta. Como isso influencia suas obras?

Não faço a mínima idéia (risos). Acho que o artista não tem apenas uma forma de agir, ele tem uma matéria, qual seja a música, a imagem, a qual ele domina ou não. Às vezes eu produzo muito cinema, mas cinema me encanta, é tudo que me alimenta, eu gosto de historias, eu gosto de narrativa, então, eu faço uma exposição que se chama “Queime o Castelo”, sobre narrativas, sobre contos de fadas. Cada obra parada, um quadro parado, conta uma historia que você já ouviu – tudo bem, pode-se dizer que é uma releitura louca, alucinada, de Maíra, que na cabeça de Maira tudo é louco, mas, necessariamente, eu não sei onde os pontos são dados, qual é o tanto que eu entenda e goste de cinema ou o tanto que eu goste, entenda e produza música ou imagens. Hoje em dia, ninguém é mais artista plástico, todo mundo é designer gráfico, então, não sei onde está o ponto, mas acho que isso tudo se interliga.

Irmãos Grimm, bonecas, fadas: qual a relação dos contos de fadas com a técnica de colagem digital?

Acho que é algo subversivo. Uma atitude extremamente pirata minha de pegar e recontar histórias antiquíssimas. É obvio que já que foram pilhadas por outros, já foram modificadas, mas depois de um tempo elas se cristalizaram, então a gente conhece a história da Chapeuzinho Vermelho, da Bela Adormecida, e inclusive já relaciona as imagens desses contos de fada a filmes da Disney ou qualquer coisa parecida. Só que essas imagens são extremamente sinistras, esses contos de fadas são extremamente sinistros. O que eu quis fazer – e a técnica, necessariamente, nem é a questão – foi dar esse recorte de que hoje em dia somos uma geração extremamente prolífera e polifônica, tudo acontecendo ao mesmo tempo agora, muita imagem, e, ao mesmo tempo, no fundo da gente, ainda temos aqueles valores infantis, esses mesmos contos de fada ainda nos fazem sentindo. O príncipe encantado, aquele, que é a peça mais difícil da exposição, que me é um assunto muito importante, relevante ao homem pra mim, é aquele homem que eu espero e me foi ensinado. Ao mesmo tempo, eu o recorto e pico e remonto, porque é o meu príncipe encantado. Mas, ainda assim, ele faz parte de outros universos de príncipe encantado, de qualquer uma... ou um (risos).

O folheto da exposição vem assinado por uma amiga sua, Moema. Qual é a forma com que seus amigos a influenciam e como isso aparece – se aparece – na sua obra?

Uso muito meus amigos, normalmente – não necessariamente nesta exposição –, inclusive como imagem. Faço a mesma coisa: capturo fotos deles, pico e crio outras coisas, mas a Moema é um pedaço de mim, já não é mais nem amiga nem família: é um pedaço meu que está lá em Porto Alegre. Talvez ela seja a bailarina dos meus sonhos – meus amigos são meus contos de fadas também. Eu crio e recrio mitos, e eles mesmos recriam também mitos a partir de mim. No caso dessa exposição, está claro que é isso, mas eu não saberia dizer onde eles estão aqui neste momento, nestes quadros.

O sobrenome Espíndola é conhecido por sempre estar na área artística, isso a influencia de alguma forma?

Às vezes influencia para dar “carteirada”, né? (risos). Como suporte familiar nada, como referencia artística, tudo. O Humberto, por exemplo, é artista plástico fantástico. Ele me influenciou bastante, inclusive, percebi com o tempo que muitas peças que produzi têm uma referencia dele, lá distante, porque eu releio também. Ele não é meu “mestre”, eu não sou uma seguidora dele, eu simplesmente capturei alguma coisa dele ali que me é importante, algo que eu acho belo ou uma técnica que eu admiro, afinal, ele produz imagens com maestria. No e no caso dos outros, sou fascinada por algumas letras da Alzira e do Celito, de uma simplicidade tamanha que chega a ser uma faca no estômago, pois criar algo simples, sintético, que faça sentido pra qualquer um que entenda a língua é muito difícil. E ainda não banalizar, não deixar o texto tosco, isso aí é muito mais difícil, e nisso eles me influenciam, sim, não sei também exatamente de forma aqui nessa exposição. Talvez, se o Celito vier aqui, olhar e falar: “Olha, eu tô aqui! Tá vendo?”. Talvez ele veja, eu não vejo (risos). Ainda!

Sua exposição fica na sala onde ano passado foram expostos os quadros da Ligia Baís. Expor na mesma sala que ela diz alguma coisa pra você?

Eu acho que ela era subversiva também, extremamente subversiva, uma mulher rica, transformar-se numa artista plástica naquela época, não seguir os padrões da elite com a qual ela convivia e à qual pertencia. Acho que me identifico só nisso. Talvez também certa idolatria que mantenho. Mas eu tenho mais a ver talvez com o trabalho da Frida Kahlo, que lembra o de Lídia, mas com outra técnica. Às vezes é a mesma temática, mas Lídia era extremamente católica, coisa que não me faz muito sentido, é muito cristão, blábláblá, muito Jesus. Não que Jesus não seja um ótimo personagem, eu adoro Jesus, mas ele era um rebelde, e em Frida Kahlo isso me faz mais sentido. Mas Lídia Baís realmente foi a nossa vanguardista, isso não se pode negar, e era muito subversiva.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A ARTE DO COMUM!

Em tempos de imagens e video e milhões de informações não queremos inventar a roda então segue video da revista do cinema brasileiro com Neville D'almeida





A Najon tem o mesmo intuito do que Neville diz: "que arte é transformação, a arte é transmutação, é não ficar preso... a arte é para o povo", e seja ela boa ou ruim, pagã ou religiosa de que forma for a Najon, quer mostrar, quer interagir, quer fazer, quer comer, quer sentir essa arte. Se ela vier da cultura local, ou da cultura de fora, se ela vier de uma mente ou de duas mentes ou de três mentes, insanas ou "normais". Que ela seja explorada pelo humano que há em todos os humanos, em todos os cães, gatos, pássaros, mineral ou vegetal!
E especialmente dar suporte para que essa Arte seja reconhecida e valorizada!
O ano de 2009 e 2010 foi muito importante, digo particularmente, sou um grande fã de todas as manifestações artísticas, do simples desenho ao complexo cinematografo, e pude participar de duas produções de cinema, na realização de um festival, e uma intervenção teatral graças ao meu interesse, claro! E nisso pude perceber e conhecer gente que faz arte ou que faz cultura ou que só ajuda ou que faz tudo isso junto! Alguns ganham e amam, alguns trabalham e amam, e alguns apenas amam. Todos eles profissionais no que fazem ou estudantes dedicados. Uns são desde de pequeno, outros já começaram grandes, uns pela vida inteira, alguns pela metade da vida, outros por um curto período. E isso me fez ver o grande universo que é a arte! Seja ela para entreter, educar, vender ou junto a várias áreas de conhecimentos em que pode ser utilizada. Também vi o quanto essa arte, essas pessoas não aparecem no médium de forma critica e interessada. Mas há pessoas que trabalham para isso acontecer e espero que a najon seja mais uma força para impulsionar a vivência da arte produzida aqui ou no mundo! Fazer isso juntando quem faz!
Para que as pessoas revivam a prática dos modernistas do começo de século XX de conhecimento, educação,e a sua antropofagia, "comer" o que acha que é bom para você na Arte, e numa prática pós modernista de começo de século XXI, utilizando todas as novas e velhas ferramentas de comunicação: compartilhando isso com todos que partilham dessa idéia! Eu sou apenas um estudante de artes e farei o possivel para colocar aqui e em todos os lugares possíveis o que os artistas de campo grande fazem, onde fazem, como fazem e como nós podemos consumir essa arte!
Espero contar com todos os artistas daqui e de fora, (amigos ou inimigos!!) com artigos, entrevistas, e sua produção. E que possam contar com a NAJON!
É com essa idéia que se formou a Najon espero que ela possa ser lhes útil de alguma forma! como disse no começo do texto não quero inventar a roda mas se posso fazer uma... que seja da utilidade de muitos!
E segue também um video sobre as relações politicas do Brazil e a "TV" por uma empresa inglesa, o video tem 1:30:00 de duração recomendo assistir com pipoca e um refri!
E pra terminar a Najon apoia o movimento do Teatro: A UM PAÇO DA ABERTURA! Com cobertura exclusiva! Você vai clicar por aqui!!!
E repudia qualquer forma de repressão ou intimidação que surgem de um poder público que acolhe a decisão de uma pequena elite empresarial e detentora de quase todas as formas de comunicação como ocorre com a "lei do silêncio", a mudança do local de carnaval e até mesmos mudanças como da feira livre de lugar por caprichos de uma "organização religiosa", a retirada dos trilhos e outras "mudanças"que não são "vistas"!
Agradeço sua visita aqui e espero que volte!

Thiago Menezes de Albuquerque*





*nome "artistico" num post próximo talvez eu diga o por quê!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Manifesto: A um PAÇO da abertura!

Ontem, sexta-feira, houve uma manifestação dos profissionais do teatro em frente ao teatro do Paço. Eles pedem o cumprimento dos acordos feitos com o poder público, como abertura do teatro para apresentações e ensaios, o pagamento do fomteatro e o plano municipal de cultura.
Os pedestres ainda puderam assistir a uma apresentação do grupo Flor e Espinho. A manifestação seguiu pacificamente e com aprovação do público. A próxima sexta-feira terá mais manifestos com um cortejo na quadra da prefeitura e apresentação do mágico Rick Thibau em frente ao teatro do Paço.
As manifestações acontecerão toda sexta a partir das 10:30 da manhã, e seguem até março, quem quiser participar, apoiar ou só assistir se sinta convidado!