segunda-feira, 28 de março de 2011

38° Sarau dos Amigos

O apresentador Cleber Dias conduziu o 38° Sarau dos Amigos que apresentou a música do grupo Guavira Elétrica e dos cantores Rodrigo Nantes e Gabriel , Leandro Ávila, Brukka , Cleber Abrero e Zé Geral. O teatro também estiveram presentes nas intervenções de Yago Garcia e no “cotidiano” do Núcleo do Sarau. Confira um pouco do que rolou.

Localizado na rua Elvira Matos de Oliveira, 927, bairro Universitário o Sarau dos Amigos acontece toda última quinta feira do mês. E apenas com um quilo de alimento, que é doado aos Vicentinos da Paróquia santa Rita de Cassia, você pode divertir-se com arte e informação!


Conversamos com alguns artistas que passaram por lá!

Tom Barbosa

"Eu trabalho há algum tempo com a temática dos malabaristas de rua. Fui premiado no ano de 2010, com essa temática, no Salão de Arte de Campo Grande. Em 2009 fui premiado com pintura de papelão no Estado e no Brasil. Hoje estou com essa temática dos Saltimbancos Trapalhões. É uma lembrança de infância, eu sou fã deles! Então eu peguei, do filme dos Trapalhões “Os Saltimbancos”, todas essas fotos e reproduzo em pintura, coloco um pouco da minha imaginação

e adapto alguma coisa. Por que não é sempre que uma foto dá uma boa pintura. Então você precisa trabalhar um pouco em cima! Na verdade eu quero produzir 20 telas desse tema, por que terei uma mostra na Morada dos Baís, em Maio!"



Carlos Luz



"Esse projeto se chama memória fonográfica de Mato Grosso do Sul, nós catalogamos e digitalizamos todo o acervo de Mato Grosso do Sul. Das músicas gravadas em Mato Grosso do Sul desde 1950 até atual e isso envolve todos os músicos que por aqui passaram. A princípio era do Estado único, era Mato Grosso. Então o projeto iniciou com uma pesquisa geral nos dois “Mato Grosso” e começamos a afinar esse processo, encontrando uma riqueza muito grande da música vinculada à Mato Grosso do Sul! O projeto, hoje, está restrito aos músicos de Mato Grosso do Sul. A década é de 50 para cá, por quê a industria fonográfica de MS e do Brasil iniciou-se na década de 50. E quem gravou na década de 50: Délio e Delinha, Franquito, Bete e Betinha que o pai era maestro, eles já gravavam naquela época! Então são artistas sulmatogrossenses, alguns estão vivos, outros já se foram, mas o propósito do projeto é que todas as pessoas de Mato Grosso do Sul e do Brasil tenham acesso a essa cultura musical. A idéia é disponibilizar num site, em terminais de consultas, universidades onde a pessoa poderia ver e conhecer o artista, ouvir o artista. Não poderia baixar e nem copiar música, mas ele poderá ouvir o artista, conhecer as letras do artista e a parte literária vinculada à música."

O projeto é licenciado pela Lei Rouanet e precisa de patrocinio. Contato com o Carlos pelo email: carlosluz@bol.com.br! E pra saber um pouco mais sobre o projeto: overmundo

Mauro Yanaze

Meu trabalho é com cerâmica só que em alta temperatura! Queimo a base de 1.230 a 1.250 graus. A matéria prima é de São Paulo, não encontra aqui. Poderia usar a de Rio Verde ou de Coxim, mas são para baixa e eu trabalho com alta. A exposição que está no Marco é junto com um grupo de São Paulo de artistas plásticos que me convidaram para a exposição do Aluga-se. Que corre Brasil todo e fora também!



Elis Regina


"Esse projeto é uma pequena amostra, um esboço do que eu comecei a fazer. A minha idéia é voltar à aldeia e aprofundar um estudo. Da questão da imagem, sempre dialogando, com a questão da criança com a terra. A infância indígena. A gente tem um mundo totalmente industrializado com milhões de brinquedos, mas qualquer criança, se você der um pedaço de pau, uma garrafa, ele vai brincar. (Eu posso até estar falando besteira, preciso estudar um pouco isso), mas se não tem um aparato tecnológico, e mesmo que tenha, a criança é capaz de se divertir. Então eu acho que infância independe do contexto, da etnia, da raça. Crianças são crianças! Eu quero mostrar um pouco essa coisa lúdica, mas sempre trabalhando com essa coisa da luz, do contraste, da terra, essa relação. Por que é muito forte a relação que essas crianças, que o índio tem com a terra! E isso é de berço, as crianças passam a maior parte do tempo na terra, e isso é uma coisa muito bonita! E a terra vermelha, algumas pessoas me perguntaram por que não faz preto e branco? Por que se eu abstrair a cor eu vou abstrair essa riqueza que é a terra vermelha e que é essa relação que eu quero mostrar das crianças com a terra."

Ariadne Cantú

A escritora lançou o livro infantil O Planeta dos Carecas.

"O livro é uma história para trabalhar com a questão das diferenças, das crianças que tem câncer e perdem o cabelo, no curso do tratamento. E basicamente é a história de um planetinha imaginário onde tudo mundo é careca e quem é doente cresce cabelo por conta do remédio que toma. E o processo de criação do livro foi muito rápido. O surgimento da historinha em si, ele brotou depois que eu fiz uma visita para as crianças e achei que trabalhar da forma inversa, o conceito da diferença, iria tornar mais fácil todo esse processo.

E depois me aproximando mais eu soube que é um processo até comum, de gente que tem na família criança com câncer e raspa o cabelo. Soube da história de pai que raspa o cabelo para mostrar ao filho que está tudo normal, que o cabelo não é essencial, que o cabelo vai nascer de novo. E os desenhos foram feitos pela artista Andréia Duarte Oliveira que conseguiu transmitir dentro da história aquilo que eu concebi e ela disse que foi dificl colocar os personagens com expressão sem os cabelos. Dizem que os índios nos reconhecem pelos cabelos, para eles somos todos iguais a diferença fica por conta dos cabelos! E eu espero ter atingido o objetivo de, tratando de um tema tão difícil, trazer uma mensagem alto-astral, alegre. Que criança precisa de: começo, meio e fim e se não tiver final feliz não serve!"

A venda do livro será revertida para AACC.