segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Publicado Edital do Fundo de Investimentos Culturais 2019

Na última sexta-feira foi publicado no diário oficial o Fundo de Investimentos Culturais 2019 para aplicação em 2020.

O fundo apresenta 6 milhões para aplicação em projetos de artes, confira-o aqui

O prazo para as inscrições é até 05 de fevereiro de 2020 e cada projeto pode captar até 250.000 reais sendo aberto a captação de recursos em outros suportes de financiamento.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Quem é o Walcyr e Quem é o carrasco nesta história?

        As novelas no Brasil tem uma historia longa datada desde tempo remotos nos cortiços quando   o povão se reunia pra ouvir alguém ler os folhetins diarios publicados nos jornais. Daquele tempo até se desenvolver no que hoje conhecemos como novela - mudaram-se as formas de apresentação, dos folhetins publicados diariamente, as radionovelas, fotonovelas e as novelas da televisão - diversas historias foram contadas. E toda novela pede um grande vilão/vilã  e um/a grande mocinho/a.



         Recentemente re-assisti  a novela o Cravo e a Rosa, de época se passando no brasil dos anos 1920, conta a historia de Catarina vivida pela atriz Adriana Esteves é a filha de um banqueiro forçada a se casar com Petruchio um fazendeiro sem estudos e trabalhador, papel de Eduardo Moscovis. A novela livremente inspirada na Megera Domada coloca a personagem principal como uma feminista e qual é a principal briga de catarina? Não casar! No começa da trama ainda aparecem algumas cenas onde Catarina junto a outras duas amigas em protestos pedindo pelo direito ao voto feminino o que logo já é esquecido pois que suas amigas ficam a disputar as atenções de um homen, um falso mudo, enquanto Catarina se ve apaixonada por Petruchio envolvida pelas suas artimanhas. A pauta feminista é reduzida a isso! "Nosssa mas você queria que uma novela fosse comprometida com a verdade historica?" Sim, queria, mas sei que isso não acontecerá! 

      Originalmente a novela foi apresentada no horário das 18h que em geral apresentam novelas de conteúdo mais abrangente e leve, direcionado as senhoras de idade e aberta ao público em geral. A televisão nasce para a publicidade e, por mais que não seja o foco, ser um meio de arte mas de comunicação(vitrine publicitária), suas produções envolvem e se aproveitam de toda forma e linguagem de arte seja  de forma simples como a produção de cenários  e figurinos, ou de forma complexa na produção conceitual e visual. Uma novela de época perde um pouco de seu poder atrativo para as grandes marcas mas se consegue desenvolver uma narrativa atraindo um grande público nessa faixa de horário, é um sucesso entre marcas de produtos de limpeza. Com um repertório de personagens estereótipados e de atores famosos, e queridos do público, a novela foi um sucesso de audiência na época.

         A grande vilã da trama é Marcela, filha de um rico latifundiário representada pela atriz Drica Moraes, persegue Petruchio e para ameaçar Catarina acaba  casando-se com o banqueiro Batista, pai de Catarina. Entretanto ao longo da novela os mocinhos mostram-se tão vis quanto a vilã, em cenas que Petruchio maltrata seus empregados humilhando-os ou em que Catarina usa o afilhado como bode espiatório. Este por sua vez é tratado por todos os personagens como um pequeno serviçal, e é um dos dois personagens negros da trama. O segundo personagem é um apaixonado pela vilã. Tudo isso com viés bem humorados e com aquele olhar do racismo a brasileira: sutil e naturalizado. Marcela a vilã casando-se com o banqueiro o afasta de seu verdadeiro amor: uma lavadeira por anos enganada pelo banqueiro, essa é de longe o mais abragente sobre a relação de classe e de brinde ainda contém o estereotipo do pobre orgulhoso e honesto e do pobre ganancioso, onde a oportunidade faz o ladrão, a lavadeira  trabalhdora que sustenta seus filhos e rejeita o dinheiro do banqueiro e a amiga da lavadeira que se aproveita da situação ora ao lado da vilã ora fazendo seus proprios planos em cima da inocência da amiga. Nem vou dizer sobre o trio amoroso formado pela outra filha do banqueiro entre um rapaz de sua idade e um professor mais velho. O professor Edmundo, Angelo Antonio, no final casa com Bianca, Leandra Leal com sua cara de mocinha virgem, mas somente após conseguir montar sua própria escola com seu próprio dinheiro! Sim naquela época professor ganhava bem o suficiente pra juntar um dinheiro e erguer a própria escola sim, só dando aulas. É por isso que gostamos de novelas! São totalmente fantasiosas. 

           E o que as senhoras e donas de casa tem a haver com isso? Elas são consumidoras finais de um meio de comunicação que entra nas casas de milhares de pessoas todos os dias com diversas mensagens e podendo influenciar, para o bem ou para o mal.  Enfim uma trama que poderia representar e trazer diversas questões para o público como o feminismo, as relações trabalhistas, educação publica e formação politica foi tratado de forma estereótipada e rasa com aquele discurso neoliberal de que você só é pobre por que quer. Exigir um compromisso historico de obras ficcionais ou que a obra apresente um olhar critico sobre os temas que aborda é cair numa vala rasa da moralidade.  Entretanto por mais que uma novela não apresente tais compromissos ela apresenta um olhar e um discurso e seu acesso a grandes publicos a torna uma vitrine para se colocar ideias ou para vender o teu  produto. Com todo esse poder de persuassão e acesso a milhares de pessoas quem é vilão nesta historia? Quem escreve ou quem assiste? Quem patrocina ou quem tem poder de dar falas as personagens?

P.s. não assisti Dona do Pedaço só o primeiro capitulo. Forçado. Eu e o Capitulo.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Art is going Bananas!!

    Depois que Marcel DuChamp colocou um urinol dentro do museu lá no começo do século XX, o mundo das artes foi obrigado a se perguntar o que era arte, quem poderia fazer arte e o que pode ser arte. De lá pra cá muita coisa aconteceu e diversos movimentos surgiram e modificaram novamente nosso olhar sobre as artes.


   Essa semana o artista estadunidendse David Datuna ficou famoso ao comer uma banana! A banana em questão era uma obra de arte conceitual de outro artista,  Maurizio Catellan, a qual estava na feira Art Basel em Miami.  


      A obra era uma instalação na parede: Uma banana presa por um fita adesiva dessas prateadas conhecidas como silver tape. Chamada de "Comediante" a obra chegou a ser vendida por 120.000 dolares antes de participar da performance "fome de artista" como David chamou seu ato performático. Como a obra em si parte da ideia o artista comilão não foi processado e disse que estava muito boa a obra de Maurizio catellan e que ele estava com fome de arte!

Confira:

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Que prazer esse Heitor!

A missão era postar um artista brasileiro que representasse o Brasil em suas telas e o prazer  foi aumentando ao longo da descoberta que é Heitor dos Prazeres. Desde cedo influenciado pela artes das religiões e ritmos africanos, transcreveu a vida no Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XX e suas vivências para quadros simples e multicoloridos que começara a pintar depois da morte da esposa.

Nunca aprendera a ler e escrever, diz ele no vídeo de 1965, e que o lhe chamava a atenção eram as figuras, pintar aquelas figuras. Sempre muito orgulhoso do lugar onde crescera como demonstra em seus quadros, Samba no Terreiro, Morro, Favela, A prainha, No morro, Na roça, etc. Como os nomes e os próprios quadros entrega existe nele uma paixão pela música e pelo samba, sendo desde pequeno incentivado pelo tio que dera seu primeiro cavaco, e influenciada pela sua familia em reuniões realizadas na casa das tias Ciata e Esther aumentando ainda mais sua paixão pela Pequena Africa, nome dado a Praça 11.





Antes das pinturas sua carreira como sambista e compositor lhe dera alguns rendimentos e causos como a briga por autorias de músicas e parcerias como Noel Rosa. Pierrot Apaixonado, resultado de uma aventura de Noel, não só se tornou música como também pintura nas mão de Heitor.
Assista o curta e entre um pouco no atelie desse grande artista brasileiro!

Imagens retiradas dos sites:

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10428/heitor-dos-prazeres
https://blog.grafittiartes.com.br/da-praca-onze-para-o-mundo-conheca-historia-de-heitor-dos-prazeres/
http://portacurtas.org.br/filme/?name=heitor_dos_prazeres

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Sobre Larissa, a quarta amiga!

     Nosso curta metragem Larissa, a quarta amiga está online! Filmado durante uma madrugada e produzido em alguns poucos dias, o curta foi premiado em 1º lugar na categoria Trash e Júri Popular durante a Mostra de Audiosiual de Dourados - MAD2019.



      Na história 3 adolescentes em busca de novas experiências se encontram para fumar um cigarro de cannabis, enquanto uma lenda ronda a internet sobre uma menina chamada Larissa que morreu ao ser abandonada por outras 3 amigas entorpecidas de maconha e, agora, Larissa se manifesta sempre que 3 amigas se juntam para fumar! 

       O argumento para o filme surgiu da idéia de Guilherme de Moraes, sobre um monstro da "larica" (gíria usada para fome) que atacaria as pessoas que consomem a cannabis. O desenvolvimento do roteiro foi construído em referencias ao uso dos filmes e propagandas da guerra as drogas, como o filme de 1936 A loucura de Maryjuana.

         

domingo, 8 de dezembro de 2019

Fim de domingo na beira da piscina!


OCUPA TUDO!

     Abandonado e rifado pelo poder público às emprenteiras da capital, o Centro de Belas Artes, ou  antiga futura rodoviária, foi palco pra ocupação das pinturas, videos e performances realizadas para a Bienal do Fim do Mundo, evento artístico promovido pelos acadêmicos do curso de Artes Visuais da UFMS.
 
   Proposta como finalização de semestre dos cursos ministrados pela professora Patrícia Osses a  Bienal apresentou ilustrações, zines, intervenções, grafitti, lambes, em vários formatos e tamanhos, video arte aconteciam num grande salão, projeções nas paredes começaram ao entardecer enquanto, em vários momentos, performances solo, de duplas e em grupo aconteciam pelos salões.

    Quem se aventurava pelos corredores e salas vazias podia topar com algumas intervenções nas paredes, sem saber se fora feito para Bienal ou não.
     
Confira :














quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Amor de que

    Pabllo Vittar lançou um novo clipe da música Amor de Que? colocando todo sua colorida e extrovertida energia. O clipe mostra a cantora entre seus amores enquanto percorre um dia na vida de quenga da personagem criada pra nova música. Tomando a linguagem característica presente nos clipes audiovisuais: cortes rápidos, sequências movimentadas, transições acompanahndo a música, a equipe da cantora apresenta um clipe pra Diva nenhuma botar defeito!

     O cenário colorido traz elementos das cidades brasileiras do interior e ribeirinhas, a casa de madeira, as redes espalhadas pelos comodos, enquanto a cantora danças com seus vários modelos sensualizando no quarto ou entre as roupas estendidas no varal, remetendo a tropicália de Helio Oiticica. 
Pabllo Vittar e sua equipe apresentam um clipe colorido com uma cara de clipe pop internacional com requintes  de obra de arte brasileira.

Segue o clipe:

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Praticar a empatia


L'Exécution de la Punition de Fouet by Jean-Baptiste Debret



O nascimento dos direitos humanos segundo o livro de Lynn Hunt, aparece como uma série de consequencias de fatos historicos, e um deles foi o desenvolvimento no que hoje tomou o nome  de empatia. Empatia  seria o ato de se colocar no lugar do outro, compadecendo de sua dor. A autora apresenta o surgimento da empatia a partir da proliferação dos romances em primeira pessoa, na forma de cartas, onde o leitor viveria aquilo que o protagonista viveu, e também por suas protagonistas mulheres. Naquele período do mundo ocidental europeu ainda não existia a palavra empatia, e esse sentimento era tomado por "paixoes". Esses romances eram capazes de despertar as paixões.

Esse ano a perseguição as minorias sociais, pessoas em situação de vulnerabilidade economicas e ou psicologicas, pessoas perseguidas com origem, cor, sexo e/ou sexualidade ou isso tudo em conjunto, aumentou grandemente no brasil, visto que a politica de governo eleita promove-a constantemente, por exemplo a exaltação e promoção, pelo atual ministro da educação, do ataque aos estudantes secundaritas em agosto. Tais ataques e perseguições são justificados como consequencias dos atos daqueles estudantes, o ato de resguardar o que lhes é direito por lei (garantia de acesso a educação publica), tidos como bardeneiros e vagabundos.  E como bardeneiros e vagabundo devem ser tratados, segundo o governo?

Como devem ser tratado todos aqueles que despertam o ódio das classes abastadas do país?  Anos atrás  uma jornalista ancora de uma concessão publica de tv batia palmas ao tratamento dado a um desses vagabundos, no caso um adolescente amarrado a um poste humilhado pela população. A pele do adolescente e a imagem remetia ao passado e ao presente escravocrata do país. Ao contrario de gerar empatia, o ódio, a violência e a vingança era justificada pela acusação de culpa, ele tinha roubado, merecia.

Novamente essa semana a mesma justificativa aparece quando  9 jovens foram assassinados em uma operação da policia militar do Rio de Janeiro, imagens de videos  mostram a policia encurralando pessoas e batendo em algumas enquanto riem. A pericia dos corpos mostram que não houve pisoteamento como alegado e um pedido de atendimento do Samu foi negado pela policia. E mesmo assim o que se vê é a justificativa da classe média "abastada" de que eles mereciam por que estavam em baile funk e, logo, usuário e traficantes de drogas.

Ao contrário dos romances europeus do seculo XVII as imagens nas midias não são de autoria de uma pessoa imaginativa mas são pegas da realidade do presente. Diferente da perspectiva de adentrar a história como a própria pessoa a viver aquilo, as imagens capitadas  que denunciam a barbarie  e a tortura sobre aqueles corpos soa apenas como resgate da vida reatrata na obra de Debret, uma releitura  de extrema indignação merecedora de todo repúdio, para uns tantos outros um deleite de sua perspectiva de justiça: a tortura e a morte.



segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Curupira -


Don't Call her Peppa

Você ja ouviu falar da peppa? Peppa pig? Se você foi uma criança nos anos 00 e, ou, responsável por uma com certeza  jah! Peppa é a personagem  de um desenho animado infantil junto ao seu irmão George e seu papai e mamãe Pig foram e são babás eletrônicas na luta diária de criação de uma criança e, pelo bem ou pelo mal, uma mão na roda para papais e mamães.

Suas historias são curtas, coloridas, cheias de formas simples e bem objetivas, onde Peppa aprende a se relacionar com o mundo, com sua sociedade, seus colegas de escola, seu irmão mais novo e seus pais, sendo uma criança em crescimento ela e sua família aprendem um com o outro enquanto um narrador ajuda o telespectador a entender seus pensamentos e ações. Peppa já sofreu várias  críticas por seu comportamento um tanto egoísta, entretanto em vários de seus episódios Peppa aprende com ele e modifica-o, ela reconhece e aprende com seus erros.

Será que essa porquinha merece ter sua imagem relacionada a gente mentirosa?