Parte
essencial para do trabalho do ator esta no reconhecimento dos
clássicos, na pesquisa da história da sua arte e dos seus
principais vultos. Com esta fala a professora Maria Adélia Menegazzo
iniciou o II Seminário de Pesquisa teatral da UFMS. O evento foi uma
oportunidade para os alunos da Oficina de Teatro estenderem, além
das atividade das aulas, outras práticas somando se a isso a
oportunidade de conhecer outros profissionais e outros aspectos que
contribuirão com o resultado que está sendo desenvolvido, um
espetáculo com cenas adaptadas de contos literários. O que ela, a
professora, define como “tradução”, esse passar de uma
linguagem a outra, não apenas o aspecto de adaptação da estória
mas o que é próprio do literário passado para a arte da encenação.
Para
a aula Maria Adélia tirou de sua bolsa vários livros de contos, Mil
e uma noites, Fábulas Italianas do Calvino, micro contos e narrou
uma variedade para exemplificar como eles se estruturam, como criam
expectativas no leitor, os elementos e o sujeito narrador.
Esta
não foi a primeira vez que a professora contribuiu para o teatro, a
alguns anos atrás, quando a Oficina de Teatro da UFMS era ministrada
pelas atrizes Aline Duenha e Michelly Dominiq, a experiência da
professora ajudou na pesquisa sobre commédia dell'arte e
a adaptação da obra Fabulas Italianas.
Em
outra etapa do Seminário houve o contato com as artes plásticas, os
alunos Luan Luigi e Wellinton Arruda, acadêmicos de Artes Visuais,
ministraram uma oficina de máscaras de gesso, que fará parte da
composição de figurinos do espetáculo.
No
segundo dia foi oficinas de práticas com dois tipos de técnicas
teatrais. A primeira foi o processo denominado de “Despressurização”,
do grupo Tá na Rua do Rio de Janeiro, aplicada por mim. Comecei
contando uma fábula chinesa “Xuá-Xuá, a fêmea pré-humana que
descobriu o teatro” tirada do livro Jogos para atores e não-atores
de Augusto Boal, e, após essa contação, iniciei o processo que
estimula a criação através da música levando a exaustão de
movimentos e a reconhecimento da capacidade corporal de criar de
receber estímulo em grupo, incansável. Finalizei o processo pedindo
que eles materializassem a sensação com um desenho.
Outra
técnica foi aplicada foi a arte da palhaçaria. A atriz Glaucia
Pires explicou, com muita paixão, segundo os alunos, a filosofia do
palhaço e o que significa seu nariz, aplicou alguns jogos, que são
fundamentais para o trabalho do ator: a atenção e a generosidade.
Primeiro: atenção, a brincadeira é “Você sabe o que são
nhãn-nhas?” onde cada um numa roda ia acrescendo mais um movimento
ao responder “aaah! Isso são nhãn-nhas!”. Depois generosidade:
duas filas, um olhava para o outro, e após este olhar cada um dava
um presente para seu amigo, este presente seu resumia a uma palavra
com toda significação pragmática que ela representa. Por fim um
“iuuuupiiiiiiiiiii”, um de cada vez corria até a platéia e numa
explosão de energia gritava um “iuuuuuupiiiiiii!!!!” e olhava
nos olhos de todos a sua frente.
O
Seminário foi uma grande troca de experiencias para todos, uma
oportunidade breve e única registrada por todos os alunos de forma
diferente e muito especial de todas as maneiras. Extraído da fábula
de Xuá-Xuá: “O Teatro é isso: a arte de nos vermos a nós
mesmos, a arte de nos vermos vendo.”
Ana Paula Revoredo
Acadêmica de Letras e coordenadora do projeto Oficina de Teatro da UFMS
Aninha, parabéns!! Este projeto está cada vez mais sólido. Que Dionísio continue guiando suas trilhas... Evoé!
ResponderExcluirbrigado katita
Excluir