domingo, 4 de novembro de 2012

II Seminário de pesquisa teatral

Parte essencial para do trabalho do ator esta no reconhecimento dos clássicos, na pesquisa da história da sua arte e dos seus principais vultos. Com esta fala a professora Maria Adélia Menegazzo iniciou o II Seminário de Pesquisa teatral da UFMS. O evento foi uma oportunidade para os alunos da Oficina de Teatro estenderem, além das atividade das aulas, outras práticas somando se a isso a oportunidade de conhecer outros profissionais e outros aspectos que contribuirão com o resultado que está sendo desenvolvido, um espetáculo com cenas adaptadas de contos literários. O que ela, a professora, define como “tradução”, esse passar de uma linguagem a outra, não apenas o aspecto de adaptação da estória mas o que é próprio do literário passado para a arte da encenação.
Para a aula Maria Adélia tirou de sua bolsa vários livros de contos, Mil e uma noites, Fábulas Italianas do Calvino, micro contos e narrou uma variedade para exemplificar como eles se estruturam, como criam expectativas no leitor, os elementos e o sujeito narrador.
Esta não foi a primeira vez que a professora contribuiu para o teatro, a alguns anos atrás, quando a Oficina de Teatro da UFMS era ministrada pelas atrizes Aline Duenha e Michelly Dominiq, a experiência da professora ajudou na pesquisa sobre commédia dell'arte e a adaptação da obra Fabulas Italianas.


 
Em outra etapa do Seminário houve o contato com as artes plásticas, os alunos Luan Luigi e Wellinton Arruda, acadêmicos de Artes Visuais, ministraram uma oficina de máscaras de gesso, que fará parte da composição de figurinos do espetáculo.
No segundo dia foi oficinas de práticas com dois tipos de técnicas teatrais. A primeira foi o processo denominado de “Despressurização”, do grupo Tá na Rua do Rio de Janeiro, aplicada por mim. Comecei contando uma fábula chinesa “Xuá-Xuá, a fêmea pré-humana que descobriu o teatro” tirada do livro Jogos para atores e não-atores de Augusto Boal, e, após essa contação, iniciei o processo que estimula a criação através da música levando a exaustão de movimentos e a reconhecimento da capacidade corporal de criar de receber estímulo em grupo, incansável. Finalizei o processo pedindo que eles materializassem a sensação com um desenho.
Outra técnica foi aplicada foi a arte da palhaçaria. A atriz Glaucia Pires explicou, com muita paixão, segundo os alunos, a filosofia do palhaço e o que significa seu nariz, aplicou alguns jogos, que são fundamentais para o trabalho do ator: a atenção e a generosidade. Primeiro: atenção, a brincadeira é “Você sabe o que são nhãn-nhas?” onde cada um numa roda ia acrescendo mais um movimento ao responder “aaah! Isso são nhãn-nhas!”. Depois generosidade: duas filas, um olhava para o outro, e após este olhar cada um dava um presente para seu amigo, este presente seu resumia a uma palavra com toda significação pragmática que ela representa. Por fim um “iuuuupiiiiiiiiiii”, um de cada vez corria até a platéia e numa explosão de energia gritava um “iuuuuuupiiiiiii!!!!” e olhava nos olhos de todos a sua frente.
 
O Seminário foi uma grande troca de experiencias para todos, uma oportunidade breve e única registrada por todos os alunos de forma diferente e muito especial de todas as maneiras. Extraído da fábula de Xuá-Xuá: “O Teatro é isso: a arte de nos vermos a nós mesmos, a arte de nos vermos vendo.”
Ana Paula Revoredo
Acadêmica de Letras e coordenadora do projeto Oficina de Teatro da UFMS

2 comentários:

  1. Aninha, parabéns!! Este projeto está cada vez mais sólido. Que Dionísio continue guiando suas trilhas... Evoé!

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